Pessoal
Vamos reativar meu blog, que no ano de 2012 não foi mexido, vamos iniciar novamente com as postagens e espero o máximo de seguidores para podermos discutir assuntos relacionados aos sistemas de produção leiteiro.
abraços

A FORMAÇÃO DO BIOFILME EM UTENSÍLIOS DE PRODUÇÃO DE LEITE

Quando falamos em higienização dos utensílios utilizados na produção de leite, devemos levar em conta não só a contaminação momentânea, aquela que está presente no ambiente, mas principalmente as ações que vem em decorrência do metabolismo microbiano.

Um dos mecanismos que pode ocorrer devido a ação bacteriana, é a formação do biofilme que é uma organização na forma de “comunidades estruturadas” e recobertas por unidades poliméricas. Traduzindo, forma uma película que pode ter diferentes graus de resistência e, que por seu posicionamento, acaba reduzindo a efetividade da ação de sanitizantes no momento da higienização nos equipamentos de ordenha. Após a formação do biofilme, apenas a remoção mecânica, abrasiva, vai ser efetivo para melhoria da eficiência de higienização.

Por isso, para evitarmos a formação de biofilmes em equipamentos de ordenha, é fundamental seguirmos todos os passos de limpeza e higienização dos equipamentos de ordenha, sendo entre todos, um de fundamental importância que muitas vezes acaba sendo negligenciado pelo produtor, que é o uso de água quente no processo de limpeza, pois é esta que vai retirar os resíduos orgânicos que serão utilizados pelas bactérias, no momento da formação do biofilme.

IMPORTÂNCIA DA HIGIENE DOS EQUIPAMENTOS DE ORDENHA

       Existem vários fatores que podem interferir na qualidade do leite que é entregue nas indústrias laticinistas, sendo que entre esses, podemos citar a sanidade do rebanho, a nutrição, a refrigeração e também a higiene dos equipamentos de ordenha. De nada adianta o produtor ter um cuidado todo especial com os animais (o que acaba sendo uma tendência), enquanto que os equipamentos por onde passa o leite, estejam em condições precárias e com sujidades que podem contaminar o leite.

       Devemos entender que o leite é um excelente meio de cultura para todas as bactérias, pois ele apresenta tudo que os microrganismos necessitam para viver (substrato, água e um pH adequado), além disso, o leite facilmente acumula nas paredes dos equipamentos, principalmente aqueles compostos por borracha.

        Baseado nisso, é extremamente importante um bom processo de limpeza e higienização dos equipamentos de ordenha, para isso, deve-se sempre considerar alguns pontos, tais como:

• Sempre deve ser usada água quente no sistema de limpeza de tubulação: a água quente vai fazer com que as substâncias orgânicas se desprendam e então melhore depois, o processo de higiene. Não devemos esquecer, que a água deve ser quente e nunca fervendo;
• Devem ser usados os detergentes alcalinos e ácidos, de acordo com o recomendado, pois esses detergentes vão atuar reduzindo matéria orgânica da tubulação e além disso, atuam reduzindo a carga microbiana dos equipamentos;
• Avaliar e trocar periodicamente as partes de borracha dos equipamentos de ordenha: a troca das borrachas é importante pois quando começa ocorrer o desgaste, aparecem rachaduras que propiciarão a deposição de substâncias orgânicas que irão permitir uma boa sobrevivência para as bactérias. Além disso, as rachaduras das borrachas irão determinar ineficiência do vácuo o que poderá determinar uma sub ou sobre ordenha, o que poderá interferir, de forma indireta, na sanidade da glândula mamária.

          Portanto, não esqueçam dessas dicas básicas, mas que fazem uma enorme diferença na produção, principalmente no que tange a qualidade do leite

10 ANOS DA FEBRE AFTOSA NO RIO GRANDE DO SUL

COVA SANITÁRIA

Hoje faz 10 anos que surgiu o primeiro foco de Febre Aftosa no Rio Grande do Sul, na região noroeste do estado, precisamente no município de Jóia. O caso nos remete ao passado mas principalmente ao presente e futuro, pois naquele ano, mais de 11.000 animais foram vítimas do "rifle sanitário", o que determinou um extermínio da produção de leite e carne na região.
As pessoas, principalmente quem não trabalha no campo, pode muitas vezes achar que isso não interfere na sua vida, mas quem estava na região deve lembrar muito bem do momento difícil que as cidades viveram na época.
Eram lojas, mercados, faculdades que perdiam seus clientes por esses não terem dinheiro para o pagamento, pois todo o provento da família vinha da produção animal.
Bom, mas faço questão de colocar um post nessa data tão importante, para chamar a atenção de todos, produtores, técnicos, políticos, população e alunos, para a importância de ações preventivas, de seriedade nas atuações sanitárias, de conhecimento técnico dos profissionais responsáveis, para que, se algum dia tivermos qualquer problema, a rapidez de ação impeça um extermínio da produção, principalmente em um país tão dependente da produção primária como é o caso do nosso.

A CCS COMO FERRAMENTA PARA O MONITORAMENTO DO REBANHO NA PROPRIEDADE LEITEIRA

   A contagem de células somáticas (CCS) vem sendo uma ferramenta importante com o objetivo de determinar a qualidade do leite, sendo regulamentada pela Instrução Normativa 51 de 2002, do Ministério da Agricultura, onde se determina que o máximo aceitável para leite cru, tipo C é de 750.000 cs/mL de leite.

   As células somáticas, são todas as células do corpo com excessão das células germinativas (espermatozóides e óvulos). Nessas células, se enquadram principalmente as células de defesa, que apresentam grande mobilização dentro do organismo e, normalmente migram do sangue para o leite com o objetivo de combate frente a um agente agressor.

  Alguns estudos indicam, uma boa correlação entre a contagem de células somáticas e quadros de mastites, sendo um bom indicativo do aparecimento da patologia no rebanho.

   Baseado nisso, devemos atentar cada vez mais para esse indicador que, muitas vezes, fica "jogado" em uma parte da nota fiscal entregue ao produtor, sendo que o técnico, com o conhecimento que possui, pode passar a usar esse número com o objetivo de rastrear quadros mastíticos no rebanho.